segunda-feira, 14 de maio de 2012

Olá pessoal do Curso de Letras, quem tiver interesse em visitar o Museu de Arte Moderna, segue o link com endereço. O Museu está com ótimas exposições, vale a pena ir conhecer. Certamente iremos recomendá-los aos nossos futuros alunos.

http://www.mam.org.br/

Ivone Brito da Silva 
DI CAVALCANTI




Di Cavalcanti era um intelectual muito bem informado sobre as vanguardas modernistas do seu tempo, interessado não só por artes plásticas, mas por outras áreas também. Por isso mesmo, em 1921, o artista fora convidado a ilustrar o livro “Balada do Cárcere de Reading”, de Oscar Wilde, um dos mais significativos escritores contemporâneos. Em 1923, Di Cavalcanti realiza viagem a Paris, freqüentando o ambiente intelectual e boêmio da época e convivendo com Picasso e Braque, entre outros, numa relação de admiração mútua. Sua experiência do contato com o cubismo, expressionismo e outras correntes artísticas inovadoras, conjugadas à consciência da sua posição de artista brasileiro, concorreram para aumentar a sua convicção no propósito de ousar e destruir velhas barreiras, colocando a arte brasileira em compasso com o que acontecia no mundo. Di Cavalcanti sabia estar no caminho certo esteticamente e a viagem a Paris só reforçou as suas certezas. Entretanto, o ambiente do pintor não era o dos boulevares de Paris: Di Cavalcanti estava impregnado dos trópicos, de uma atmosfera sensual e quente.

Ivone Brito da Silva

domingo, 13 de maio de 2012

PLANEJAMENTO DA AULA


Plano de aula
  
Literatura: Movimento “Modernista”
Público Alvo: 3º ano Ensino Médio
Tempo: 50min: hora/aula
Duração: 4 aulas  - 2 semanas.
De acordo com a grade curricular do ensino médio duas aulas  por semana Literatura

Objetivos:
1.    Conhecer e vivenciar aspectos literários, artístico e cultural da Semana da Arte Moderna de 1922.
2.     Proporcionar uma recriação do espírito do movimento modernista, em sua diversidade e suas contradições.

Ponto de partida:
Leitura do texto: Semana da Arte moderna O Sarampo Antropológico.
Texto Publicado na Folha de São Paulo no dia 15 de maio de 1978.

Comentários:
O movimento modernista começou antes de 1922 e se prolongou pelas décadas seguintes, caracterizou-se por um grande debate de ideias e de concepções estéticas, que marcou todos os aspectos da cultura brasileira, em especial a literatura, a arte e a música.

Estratégias:

1)   Por meio de aulas expositivas e pesquisas extraclasse, em sites da Internet estudar o modernismo e a Semana de Arte Moderna de 1922, buscando compreender seu significado, sua importância histórica e os acontecimentos mais relevantes do movimento; (1ºaula)
2)   Dividir os alunos em grupo e distribuir o texto O Sarampo Antropofágico  “folha de estudo.(2º aula)
3)   Definir os autores e textos que farão parte da dramatização (3º aula).
4)   Produto Final, apresentação do “Manifesto Antropofágico", de Oswald de Andrade  apresentado pelo alunos (dramatização por um dos grupo ), o poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira  (Ultima aula).
5)   Obs.: Cada grupo terá um tempo de 25 minutos para apresentar.
A sala será dividida em dois grupos onde os alunos usarão a sua criatividade em passar sobre estes dois temas.



O SARAMPO ANTROPOFÁGICO
A respeito do Movimento Modernista, os críticos e os estudiosos entram em sintonia em um ponto: A Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, em São Paulo, representou um marco, verdadeiro ponto de inflexão no modo de ver o Brasil.

Não só de ver como de escrever sobre o Brasil. Em geral, os artistas e intelectuais de 1922 queriam arejar o quadro mental da nossa "intelligentsia", queriam pôr fim ao ranço beletrista, à postura verborrágica e à mania de falar difícil e não dizer nada. Enfim, queriam eliminar o mofo passadista da vida intelectual brasileira.

Do ponto de vista artístico, o objetivo fundamental da Semana foi acertar os ponteiros da nossa Literatura com a Modernidade Contemporânea.

Entretanto, para isso, era necessário entrar em contato com as técnicas literárias e visões de mundo do futurismo: do dadaísmo, do expressionismo e do surrealismo, que formavam, na mesma época, a vanguarda europeia. Desse ângulo, o Modernismo é expressão da modernização operada no Brasil a partir da década de 20, que começava a dar sinais de mudança (vide, no plano político, o movimento rebelde dos tenentes) de uma economia agroexportadora para uma economia industrial.
Esse juízo é, do ponto de vista mais geral, certeiro; no entanto, ele não deve esconder as diferenças no seio do movimento de 22.

No entanto, por diferenças de ordem política, ideológica e estética, seguiram-se duas correntes Modernistas: uma de inspiração conservadora e totalitária, que iria, em 1932, engrossar as fileiras do integralismo, e outra, mais crítica e dissonante, interessada em demolir os mitos ufanistas e contribuir para o conhecimento de um Brasil,  real que não aparecia nas manifestações oficiais da nossa cultura.

O pressuposto essencial de 22, o autoconhecimento do País, tinha a um só tempo de acabar com o mimetismo mental e denunciar o atraso, a miséria e o subdesenvolvimento. Mas denunciar com uma linguagem do nosso tempo, moderna, coloquial, aproveitando o arsenal estilístico e estético das inovações vanguardas europeias.

Essas duas correntes se delineiam em 1924, com a publicação do primeiro manifesto de Oswald de Andrade, Pau Brasil, no "Correio da Manhã". Nele já estava inscrito o lema que guiaria toda a atividade artística e intelectual da ala crítica Modernista: "A língua sem arcaísmos, sem erudição. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos". A outra corrente, conservadora, que iria opor-se a Oswald de Andrade, seria conhecida por verde amarelismo, cujo batismo mostra bem a filiação nacionalista e xenófoba: um canto de amor, cego e irrestrito, às "glórias pátrias". Em 1928, essa oposição recrudesce. E, com ela, a politização do modernismo. Verde-amarelismo transmuta-se em Anta; Paulo-Brasil deságua no movimento antropofágico.

Neste mês de maio faz 50 anos que o inquieto, o irreverente e zombeteiro Oswald de Andrade escreveu o manifesto literário antropofágico. De lá para cá muita coisa mudou no Brasil. Tanto política como culturalmente.
Apesar de marcado ainda por traços de dependência, o País se industrializou nas últimas décadas; houve mudanças sociais e econômicas significativas. Se não quisermos apenas celebrar ingenuamente a data, temos de nos perguntar: teria ainda alguma coisa a dizer e a ensinar o manifesto literário escrito em 1928?

Outrossim, seria preciso situar o núcleo da antropofagia, que Oswald de Andrade, aliás, nunca formulou clara e explicitamente; seu manifesto foi escrito numa linguagem elíptica, repleta de ambiguidades e sem ligação explícita entre as frases. Mas, mesmo assim, dele é possível extrair algumas formulações. O que o caracteriza é a retratação do caráter assimétrico da nossa cultura, onde coexistiam o bacharelismo de Rui Barbosa, ou as piruetas verborrágicas de Coelho Neto, junto com as experiências vanguardistas do pintor Portinari. E hoje, de um lado, a moda de viola e a música sertaneja; doutro lado, a bossa nova e o cinema novo. Essa mistura, por assim dizer, era vista como resultado do desenvolvimento histórico no Brasil que, apesar de unitário, apresenta um abismo entre os aspectos arcaicos e modernos, entre as favelas e os arranha-céus, entre os guardadores de carro e os "shopping-centers", entre Embratel e Piauí.

O manifesto antropofágico tocou no cerne do capitalismo no terceiro mundo: a dependência. Ou pelo menos captou seus reflexos no plano da cultura. Denunciou o bacharelismo das camadas cultas, que permanecem alheadas da realidade do País, reproduzindo os simulacros dos países capitalistas hegemônicos. Ironizou a consciência enlatada de largos setores do pensamento brasileiro, que se comprazem, quando muito, em assimilar ideias, jamais criá-las. Se Oswald de Andrade teve a lucidez de ridicularizar com o mimetismo que tanto seduz o intelectual solene e bacharel, ele não caiu no equívoco de fechar as portas do País do ponto de vista cultural. Ao contrário, sua formulação em torno da "deglutição antropofágica" exige o remanejamento das ideias mais avançadas do Ocidente em conformidade com a especificidade de nosso contorno social e político.

Portanto, nesse ponto é difícil negar sua atualidade. Ademais, a estrutura social que a antropofagia reflete e denuncia ainda não mudou em seus aspectos fundamentais. A industrialização das últimas décadas, realizada sob a égide do capitalismo concentracionista, aguçou ainda mais o desenvolvimento desigual em nosso País, trazendo, de um lado, sofisticação e modernização tecnológicas e, do outro lado, engendrando boias-frias e marginalidade urbana. O Brasil em que Oswald escreveu o manifesto antropofágico e o Brasil de hoje é ainda o mesmo, ostentando, entre outras coisas, "berne nas costas e calosidades portinarescas nos pés descalços".

A retomada oswaldina na década de 60, sobretudo pela música popular (através do movimento tropicalista), tem a sua razão de ser em parte na persistência dessa estrutura social. Ao contrário da década de 40 - épocas em que foi injustamente criticado de escritor desleixado e superficial - Oswald de Andrade goza, nos dias de hoje, de enorme receptividade, principalmente junto ao público universitário. Ao lado de Mário de Andrade, que forma o outro polo da Moderna Literatura Brasileira, é impossível compreender o sentido e a dinâmica do movimento de 22 sem levá-lo em conta.

Nesse sentido, o manifesto antropofágico é um sarampo que pegou fundo e de maneira duradoura a cultura no Brasil. O texto acima é um editorial. Foi publicado na Folha de São Paulo no dia 15 de maio de 1978

Este texto será usado como folha de estudo da nossa 2º aula.
Na sala de informática será mostrado aos alunos o Manifesto antropológico – Oswald de Andrade.



  

AULA PLANEJADA PELA ALUNAS:

IVONE BRITO DA SILVA - RA: BO26D14
SELMA CRISTINA GONÇALVES COSTA - RA: A98582-4
VANESSA CAVALCANTE - RA:BO0441HA7
VANDETE SANTANA - RA: 9778799
 

A ONDA


A onda

a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda

Manuel Bandeira



SELMA CRISTINA GONÇALVES COSTA

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água.
Pra me contar histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.



 DE Manuel Bandeira



SELMA CRISTINA GONÇALVES COSTA


POESIA - OS SAPOS


Os Sapos -  DE MANUAEL BANDEIRA


Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.

Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.

O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.

Vai por cinquüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.

Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."

Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.

Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".

Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".

Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;

Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é

Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...








SELMA CRISTINA GONÇALVES COSTA

MANIFESTO ANTROPÓFOGO - OSWALD DE ANDRADE






SELMA CRISTINA GONÇALVES COSTA

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cecília Benevides de Carvalho Meireles  
Cecília Benevides de Carvalho Meireles  (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.

Ivone Brito da Silva

domingo, 6 de maio de 2012

JORGE AMADO


Jorge Amado, um dos representantes do ciclo do romance baiano, nasceu em Itabuna,Bahia, em 10 de agosto de 1912. É considerado é dos principais representantes do romance regionalista da Bahia.
Este romancista brasileiro é um dos mais lidos no Brail e no mundo. Com livros traduzidos para diversos idiomas, suas obras refletem a realidade dos temas, paisagens, dramas humanos, secas e migração.   
Escritor desde a adolescência, Jorge Amado segue o estilo literário do romance moderno. Em seus livros existe o domínio do físico sobre a consciência. Suas personagens geralmente são plantadores de cacau, pescadores, artesãos e gente que vive próximo ao cais, em Salvador, capital da Bahia. O estilo deste autor também é conhecido como romance da terra e seus livros possuem uma linguagem agradável e de fácil compreensão. Suas obras literárias conquistaram não só os falantes da língua portuguesa como de outros idiomas: inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, etc. Morreu em Salvador ( Bahia ), no dia 6 de Agosto de 2001, quatro dias antes de completar 89 anos de idade.  
São seus livros: 
O País do Carnaval, Cacau, Jubiabá, Terras do Sem fim, A Morte e a Morte de Quincas Berro d´Água, Seara Vermelha, O Cavaleiro da Esperança, O Mundo da Paz, Os Subterrâneos da Liberdade, Gabriela, Cravo e Canela, Suor, Mar Morto, Capitães de Areia, São Jorge dos Ilhéus, Os Velhos Marinheiros, Os Pastores da Noite, Dona Flor e seus Dois Maridos, ABC de Castro Alves, O Amor do Soldado, Bahia de Todos os Santos, A Estrada do Mar, Tereza Batista Cansada de Guerra, Tieta do Agreste, Farda Fardão e Camisola de Dormir. 








SELMA CRISTINA GONÇALVES COSTA